Teresa de Ahumada nasceu em Ávila, em 28 de março de 1515. Criada em um ambiente religioso, ela desenvolveu uma sensibilidade para o transcendente desde a infância. Apesar de viver em uma sociedade analfabeta, seus pais cultivaram seu amor pela leitura desde cedo.

Aos treze anos, Teresa perdeu sua mãe, o que agravou seus problemas emocionais durante a adolescência. Apesar de sua beleza física e habilidades sociais, ela sentia uma necessidade de vaidade e sucesso no mundo. Seu pai tentou impedir sua entrada no Carmelo da Encarnação, mas Teresa queria ser livre para seguir seu próprio destino.

Em 1537, ela fez seus votos e, logo depois, enfrentou uma doença misteriosa. Sua família, preocupada com a gravidade da situação, a entregou a uma famosa curandeira. Embora tenha se curado, ficou com sequelas que a acompanharam pelo resto de sua vida. A partir desse momento, a doença se tornou sua fiel companheira.

Durante sua doença, Teresa descobriu o misticismo franciscano através da leitura do Terceiro Abecedário de Osuna, o que teve um grande impacto em sua evolução espiritual. No entanto, ao retornar ao mosteiro, ela sentiu uma sede interior por solidão e oração que não foi satisfeita por muitos anos, devido ao ambiente desfavorável. A personalidade extraordinária de Teresa atraía muitas visitas e sua presença no locutório era obrigatória, o que a afastava da vida de oração.

Insatisfeita e tocada pelas chamadas divinas do Amigo, Teresa começou a buscar respostas para suas experiências interiores. Ela confiou sua alma a vários confessores letrados ao longo de sua vida, sempre em busca da verdade. No entanto, como mulher, descendente de judeus convertidos e mística, ela enfrentou desafios para obter crédito.

Em 1554, diante de uma imagem de Cristo "muito chagado" (ferido), Teresa passou por uma transformação. Não foi mais o medo que a impulsionou, mas um profundo amor por Aquele que a amou primeiro. Dois anos depois, sua conversão definitiva ocorreu, quando o Espírito Santo irrompeu em sua alma, curando-a e libertando-a de seus problemas emocionais. O fruto de sua conversão foi uma atividade prolífica como fundadora e escritora, que continuou até sua morte.

Santa Teresa de Jesus faleceu em 4 de outubro de 1582, em Alba de Tormes. Ela foi beatificada por Paulo V em 1614, canonizada por Gregório XV em 1622 e proclamada doutora da Igreja por Paulo VI em 1970, sendo a primeira mulher a receber esse título.