O Papa Celestino I era arcediago de São Bonifácio I. Na época, Nestório, o arcebispo de Constantinopla, ensinava que havia duas pessoas em Cristo, uma humana e outra divina. E, por isso, defendia que Maria não podia ser chamada “Mãe de Deus”, mas sim, “Mãe de Cristo”. Quando defendeu esta ideia publicamente, os fiéis pediram a expulsão dele de sua catedral. Porém, conseguiu muitos adeptos no oriente.

Isto foi o que deu início ao nestorianismo, que foi condenado já no sínodo romano de 430 e, depois, no Concílio Ecumênico de Éfeso. Nada mais correto que este concílio, que deu relevante definição do lugar de Maria na Igreja, tivesse disso realizado na cidade em que a Virgem Maria morou com São João até pouco antes de morrer.

Tendo o nestorianismo sido condenado, a maioria dos adeptos fugiram para a fronteira persa. O Império Persa era inimigo declarado de Roma e enxergou uma enorme oportunidade no nestorianismo. Os cristãos eram terrivelmente perseguidos e, ao chegarem os nestorianos, logo estes receberam o controle das igrejas da Pérsia.

O Império Persa montou um programa missionário para expansão do nestorianismo que era agressivo e que criou uma corrente de dioceses que ia da Pérsia até a China. No entanto, os mongóis arruinaram quase todas elas até o século XVII. Os assírios (como eram chamados os nestorianos) eram encontrados em pequenas áreas remotas no Iraque e Pérsia.

Na época em que São Celestino foi eleito bispo de Roma, o imperador Honório faleceu e um dos imperadores, Juliano o Apóstata, queria que Nestório assumisse o papado e que Celestino fosse expulso de Roma.

Como o povo havia se revoltado e expulsado Nestório, o imperador se enfureceu e São Celestino teve que fugir para perto de Pentápole, onde Deus o usou como instrumento para muitos milagres. Um dia, o anjo Rafael apareceu para ele e disse: “Levanta-te e vai a Antióquia, pois o imperador decidiu em seu amago, matar-te ao voltar da guerra” e Celestino assim o fez.

Santo Inácio e São Bonifácio apareceram então, em sonho, ao imperador e disseram-lhe: ”Por que deixaste a cidade dos santos sem bispo?” e o imperador respondeu: “O que devo fazer?” Os santos responderam: “Crês no filho de Deus? Traze Celestino, nosso filho com honra, e entrona-o outra vez”. Ao acordar, o Imperador escreveu uma carta ao patriarca de Constantinopla pedindo que trouxesse Celestino de volta à Roma.

Voltando para a época de São Celestino, este enviou São Germano de Auxerre à Britânia para combater o pelagianismo. Três anos mais tarde, enviou São Paládio para a Irlanda e em 432, enviou São Patrício, que orientava os fiéis, dizendo: “Como serieis cristãos, sede romanos”.

O Papa São Celestino I, antes de falecer, advertiu os presentes, dizendo: “Cuidado, pois há lobos vorazes na cidade de Roma”. O Papa foi sepultado no Cemitério de Santa Priscila, mas em 820 foi transferido para Santa Prassede juntamente com muitos Papas que estavam nas catacumbas.