São Barlaão de Antioquia
Nome Completo
Barlaam Antiochenus
Falecimento
19/11/304 - Caesarea
Canonização
Sem informação
Memória Litúrgica
19/11

São Barlaão, um simples agricultor que residia na tranquilidade de uma aldeia próxima a Antioquia, despertou a atenção de muitos com a intensidade de sua fé em Cristo. Tal fé perturbou seus perseguidores, que o subjugaram, aprisionando-o por um período considerável antes de submetê-lo ao julgamento implacável. O juiz, munido de preconceitos, não poupou escárnio diante da aparência rústica e da linguagem singela de Barlaão. Entretanto, mesmo sob zombarias, não pôde refutar as virtudes resplandecentes e a inquebrantável firmeza do homem.

A despeito das torturas infligidas com crueldade, Barlaão permaneceu inabalável. O som do açoite ecoava, mas não uma queixa sequer escapou de seus lábios. As torturas a que foi submetido resultaram em ossos deslocados, porém sua determinação permanecia incólume. Diante dessa resiliência, o prefeito, derrotado em sua busca por fraqueza, proferiu ameaças de morte. Com um gesto intimidante, ele exibiu a espada manchada com o sangue de outros mártires, na tentativa de intimidar Barlaão.

Contudo, como um farol de serenidade, Barlaão observou cada cena com silenciosa coragem. O juiz, forçado a reconhecer sua própria derrota, ordenou o retorno do mártir à prisão, enquanto planejava articular tormentos ainda mais cruéis. Em um derradeiro esforço, o juiz acreditou ter desvendado um método para minar a fé de Barlaão. Ele o conduziu diante de um altar, onde repousava um braseiro ardente. Incenso foi colocado nas mãos de Barlaão, acorrentadas de forma a derramar o incenso nas brasas ao menor movimento, em um gesto que simbolizava sacrifício aos ídolos.

Embora em sua essência tal movimento fosse resultado de um instinto natural, Barlaão, temeroso de escandalizar seus irmãos na fé, manteve sua mão direita firme sobre o fogo crepitante até que o calor consumisse sua carne. Com coragem indomável, ele sustentou a dor física, transcendeu o sofrimento e entregou seu espírito ao Criador. No limiar entre o mundo terreno e o espiritual, Barlaão provou a força inquebrantável de sua fé. Assim, no ano 304 da era cristã, sua alma alçou voo, mantendo-se eternamente fiel à crença que moldou sua vida e transcendeu sua morte.