São Francisco de Borja
Nome Completo
Francisco de Borja e Aragão
Nascimento
28/10/1510 - Gandia
Falecimento
30/09/1572 - Roma
Canonização
17/10/1671
Memória Litúrgica
10/10

A história de Francisco Borja é uma narrativa fascinante de renúncia e dedicação à vida religiosa. Nascido no seio da nobreza espanhola, ele herdou riqueza, poder e privilégio como o filho mais velho do terceiro duque de Gandía. Sua linhagem estava entrelaçada com figuras notáveis, como o Papa Alexandre VI e o Rei Fernando o Católico, conferindo-lhe um lugar destacado na corte.

Iniciando sua trajetória como pajem de sua prima Catarina, irmã do Imperador Carlos V, Francisco era destinado à vida na corte. No entanto, sua vida tomou um rumo inesperado quando a morte da Imperatriz Isabella o levou a uma profunda reflexão. Ao contemplar a efemeridade da vida e a transitoriedade do poder terreno, ele optou por seguir uma jornada espiritual.

Francisco experimentou uma transformação significativa ao testemunhar o enterro da Imperatriz em Granada. A visão de um rosto irreconhecível no caixão o levou a questionar a busca por honras mundanas. Sua resposta foi a busca pela oração e penitência, abandonando a pretensão de servir mestres mortais.

Após retornar a Gandía, assumiu responsabilidades como Vice-rei da Catalunha e, mais tarde, como o quarto duque de Gandía. Entretanto, a morte de sua esposa, Leonor, marcou outro ponto de inflexão em sua vida. Francisco decidiu então dedicar-se inteiramente ao serviço de Deus. Sua familiaridade com os jesuítas e seu contato com o Padre Peter Favre pavimentaram o caminho para sua entrada na Companhia de Jesus.

Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, acolheu Francisco em sua ordem, mas aconselhou-o a não revelar sua decisão imediatamente. Após resolver assuntos familiares e concluir estudos teológicos, Francisco finalmente pronunciou seus votos como jesuíta. Sua jornada espiritual culminou com a obtenção de um doutorado em teologia.

O ano de 1550 trouxe uma peregrinação a Roma, onde Francisco formalizou sua entrada na Companhia de Jesus, rejeitando títulos nobres e confortos terrenos. Ao vestir o hábito jesuíta, ele simbolizou sua transformação interior. Seus anos como simples padre paroquial, Comissário Geral e, mais tarde, como terceiro superior geral dos jesuítas, testemunharam seu compromisso com a expansão da Companhia, revisão de regras e orientação espiritual.

O último capítulo de sua vida o levou a uma missão diplomática e uma busca por apoio contra os Turcos. Sua jornada foi marcada por doença, mas também por uma recepção calorosa, indicando o respeito pela trajetória de um nobre que escolheu uma vida religiosa.

Em 30 de setembro de 1572, Francisco Borja, aos 61 anos, partiu deste mundo. Sua vida de renúncia e devoção continua a inspirar, um testemunho duradouro da busca pela espiritualidade além das glórias efêmeras da nobreza.