
São Luís Martin era casado com Santa Zélia Guérin e formavam um casal de origem burguesa, com uma vida marcada pela fé e dedicação religiosa. Ele, relojoeiro de profissão, e ela, rendeira, eram os pais de Santa Teresa do Menino Jesus. Luís e Zélia foram o segundo casal a ser elevado aos altares após a beatificação de Luís e Maria Beltrame Quattrocchi por João Paulo II em 2001.Filhos de militares, ambos cresceram em um ambiente disciplinado e severo, recebendo uma educação religiosa. Luís estudou com os Irmãos das Escolas Cristãs e Zélia com as Irmãs da Adoração Perpétua. Luís decidiu seguir a carreira de relojoeiro, apesar da trajetória militar de seu pai. Zélia, por sua vez, aprendeu a arte da renda de "ponto de Alençon", abrindo sua própria fábrica e obtendo sucesso.Ambos nutriam desde a adolescência o desejo de ingressar na vida religiosa, mas encontraram obstáculos: Luís não foi aceito entre os cônegos regulares de Santo Agostinho por não saber latim, e Zélia percebeu que sua vocação não era nas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Após três anos em Paris, onde aperfeiçoou sua formação e enfrentou as tentações da vida parisiense, Luís mudou-se para Alençon, iniciando ali sua carreira de relojoeiro e vivendo de forma quase ascética até os 32 anos.Zélia, enquanto isso, sustentava a família com sua renda, vendendo para a alta sociedade parisiense. Em 1858, na ponte de São Leonardo, em Alençon, ela encontrou Luís e sentiu que ele era o homem de sua vida. Casaram-se poucos meses depois, conduzindo uma vida conjugal centrada no Evangelho, com prática religiosa diária e participação ativa na vida paroquial. Tiveram nove filhos, mas apenas cinco filhas sobreviveram, incluindo Teresa, a futura santa.Luís, aos 54 anos, assumiu sozinho o cuidado da família após o falecimento de Zélia, mudando-se para Lisieux, onde o irmão de Zélia morava. Lá, as filhas receberam os cuidados da tia Celina. Entre 1882 e 1887, Luís viu três de suas filhas ingressarem no Carmelo, incluindo Teresa, que entrou aos 15 anos, causando-lhe grande sacrifício. Luís adoeceu, perdeu suas faculdades mentais e foi internado no sanatório de Caen, onde faleceu em julho de 1894.