
Destemido na defesa da fé cristã, líderes de notável sabedoria, erudição e piedade entregaram suas vidas em um compromisso inabalável. Um exemplo notável é Pedro, o patriarca de Alexandria, cuja consagração em 300 o destacou como uma mente resplandecente de sua era. A sua iluminada compreensão das ciências, da filosofia e das Escrituras Sagradas lhe granjeou admiração unânime.Ele se tornou o guardião das igrejas em territórios hostis, como o Egito, a Tebaida e a Líbia, onde a perseguição ao rebanho cristão era implacável. Mas, paradoxalmente, a ameaça apenas galvanizava sua determinação. Pedro abraçava os perseguidos, oferecia refúgio aos oprimidos e irradiava coragem e tenacidade em meio às dificuldades.Todavia, o patriarca Pedro confrontou não apenas as feras do paganismo, mas também as forças insidiosas que surgiam internamente, minando os alicerces da Igreja. Ele enfrentou tal adversidade com uma mistura de paciência e firmeza, insistindo que os bispos adotassem os mesmos padrões de fé, caráter e disciplina que ele pessoalmente modelava. Sua visão não se detinha em posições ou riquezas materiais. Quando os bispos Melécio e Ário se rebelaram contra essa liderança justa, Pedro convocou um Concílio que destituiu ambos de suas posições eclesiásticas.O ressentimento se converteu em um cisma que fragmentou a Igreja, conhecido como o "Cisma Meleciano", uma fissura que perdurou por cento e cinquenta anos. Em um ato de traição, Ário acusou Pedro, resultando em sua prisão e condenação à morte. O imperador, astutamente, viu nisso a oportunidade de eliminar um líder católico influente e perturbador.À véspera de sua execução, Pedro vislumbrou Cristo em uma visão, um infante vestindo uma túnica despedaçada. Nessa aparição, o Senhor indicou que a responsabilidade recaía sobre Ário, o arquiteto da divisão da Igreja. Assim, antes de entregar a vida, Pedro teve a confirmação de sua doutrina. Em 25 de novembro de 311, ele foi decapitado como mártir, firme contra o cisma de Melécio e fiel à fé em Cristo.