
Kateri Tekakwitha nasceu em 1656, em Ossernenon, e foi a primeira americana de ascendência indígena a ter sua santidade reconhecida pela Igreja.Sua história começa no seio de uma família marcada pela dualidade de crenças. Seu pai era um chefe indígena Mohawk, praticante das tradições pagãs, enquanto sua mãe, uma índia cristã, havia sido catequizada pelos jesuítas após ser raptada e incorporada a outra tribo. Por essa razão, Kateri era chamada por sua mãe de Catarina, em homenagem à santa de sua devoção, embora seu pai tenha dado-lhe o nome Tekakwitha, que significa "aquela que coloca as coisas nos lugares", símbolo de sua aceitação e integração na comunidade.A vida de Kateri foi marcada por desafios e sofrimentos. Ficou órfã aos quatro anos, após uma epidemia de varíola que a deixou parcialmente cega e com o rosto marcado. Ela foi acolhida pelo tio, agora chefe da tribo, mas enfrentou pressões e maus-tratos devido à sua fé cristã. Apesar das adversidades, manteve sua devoção a Jesus, rezando regularmente e compartilhando as histórias do Evangelho com os mais jovens e os idosos.Em 1675, teve notícias da presença dos jesuítas na região e procurou-os para receber o batismo, o qual foi concedido um ano depois, recebendo então o nome de Catarina Tekakwitha. Contudo, sua fé a tornou alvo de hostilidades e propostas de casamento que ela recusava, o que a levou a fugir para a Missão dos jesuítas de São Francisco Xavier.Lá, encontrou acolhimento e continuou sua vida de profunda espiritualidade, dedicando-se à oração e ao serviço à comunidade. Sua saúde frágil a impediu de concretizar o desejo de fundar um convento para jovens indígenas, mas seu exemplo de vida e santidade deixou uma marca indelével.Aos vinte e quatro anos, em 17 de abril de 1680, Catarina Tekakwitha faleceu. Um milagre aconteceu nesse momento, transformando seu rosto desfigurado em uma beleza pura, testemunhado pelos presentes. Sua fama de santidade e os milagres associados a ela espalharam-se rapidamente, levando à conversão de muitos de sua raça. Conhecida como "o lírio dos Mohawks", Catarina Tekakwitha é reverenciada nas nações indígenas e foi beatificada pelo Papa João Paulo II, sendo nomeada padroeira da 17a Jornada Mundial da Juventude em 2002.Ao lado de São Francisco de Assis, a bem-aventurada Catarina Tekakwitha é honrada pela Igreja como "Padroeira da Ecologia e do Meio Ambiente", um símbolo de respeito e amor pela natureza.