
Tomás Becket, também conhecido como Santo Tomás de Cantuária, foi uma figura marcante na história da Igreja e da Inglaterra. Sua vida testemunha um percurso de transformação, do poder secular para o serviço à Igreja e à liberdade religiosa, culminando em seu martírio.Nascido em 1118 em Londres, ele inicialmente seguiu a carreira eclesiástica e se destacou por suas qualidades intelectuais. Sua proximidade com o Rei Henrique II o levou a ocupar posições de destaque no governo, até ser nomeado Chanceler do reino em 1155. Nessa função, ele desfrutava de conforto e poder, mantendo uma relação próxima com o monarca, mesmo enquanto demonstrava generosidade e caridade para com os pobres.A mudança decisiva ocorreu em 1161, quando Tomás Becket aceitou ser nomeado Arcebispo de Cantuária. Essa decisão levou a um conflito direto com o rei, já que Henrique II buscava controlar a Igreja na Inglaterra por meio das Constituições de Clarendon. Tomás se recusou a ceder à pressão do rei e a selar a carta que limitaria a independência da Igreja. Esse ato marcou sua conversão a uma devoção mais profunda à fé e à liberdade eclesiástica, afastando-o das ambições terrenas.Durante seu exílio, Tomás viveu na França por seis anos, afastado de sua pátria e das tensões políticas. Quando retornou a Cantuária, enfrentou maior oposição da Coroa e dos aliados do rei. O assassinato de Tomás Becket em 29 de dezembro de 1170, dentro da Catedral de Cantuária, marcou o ápice de sua trajetória de fé. Dizendo aos seus carrascos “Aceito a morte, em nome de Jesus e pela Igreja”, ele foi brutalmente assassinado por quatro cavaleiros a mando do rei, em razão de sua firme defesa dos direitos da Igreja.O martírio de Tomás Becket causou grande comoção e ressonância, ultrapassando as fronteiras da Grã-Bretanha. Apenas três anos após sua morte, em 1173, o Papa Alexandre III reconheceu sua santidade, canonizando-o e elevando-o à honra dos altares.