Na cidade de Leão, ergue-se uma figura de destaque na história, São Marcelo. Centurião de bravura inabalável e fé inquebrantável, ele iluminou a segunda metade do século III com sua devoção ao Deus do Céu e da Terra.

A casa da família de São Marcelo ficava próxima à majestosa muralha de Leão, próxima à Porta do Poente, em uma via que ao longo do tempo ganhou o nome de Rua Ancha. Uma humilde capela, conhecida como a Capela do Cristo da Vitória, resguarda uma imagem sagrada de Cristo e é uma testemunha silenciosa das devoções que ecoaram através das gerações.

Ao lado de sua amada Santa Nonia, ou Nona, São Marcelo compartilhou uma vida abençoada com doze filhos, cada um um testemunho vivo de seu amor e fé. Seus nomes ecoam através dos séculos: Claudio, Lupercio, Victorio, Facundo, Primitivo, Emeterio, Celedonio, Servando, Germano, Fausto, Jenuario e Marcial, uma prole que se tornou semente de fé na rica terra de Leão.

A narrativa da martirização de São Marcelo ecoa como um testemunho de sua coragem indômita. No verão de 298, durante as celebrações pelo nascimento do imperador Maximiano, São Marcelo ousou revelar publicamente sua fé cristã, despojando-se de suas insígnias militares e proclamando sua lealdade apenas ao Deus supremo. Sua ousadia o levou à prisão, e as sombras da incerteza pairaram sobre ele enquanto era conduzido a Tânger para enfrentar o juízo do prefeito Agricolao.

E assim, em um dia solene em 29 de outubro de 298, São Marcelo enfrentou sua sentença final. A decapitação era o preço a ser pago por sua devoção e crença inabaláveis. Enquanto seu corpo caía, sua alma ascendia, e Leão perdia um filho, mas ganhava um santo.

A tradição local também o reconhece como o primeiro bispo de Sevilha, uma honra que ressoa em sua história de coragem e devoção. Através dos séculos, São Marcelo permanece como um farol de inspiração, um padroeiro que continua a proteger e guiar, não apenas Leão, mas todos os corações que buscam fé, coragem e amor inabalável pelo divino.