
São João Nepomuceno nasceu em 1335 na cidade de Nepomuk, e se revelou um homem de grande coragem e caráter, destacando-se em situações de defesa da fé e dos sacramentos da Igreja. Sua trajetória é uma dualidade entre a história institucional e as histórias menos nobres, mas ambas ilustram a resplandecência da fé em sua vida.São João era um intelectual, graduado em Direito Canônico pela Universidade de Pádua em 1387, mas não usava sua vocação para buscar poder ou prestígio. Exerceu diversos cargos eclesiásticos, incluindo o de pároco, sem buscar benefícios pessoais. Em 1393, o arcebispo de Praga o nomeou Vigário Geral, reconhecendo sua brilhante capacidade de pregação.Entretanto, uma situação desafiadora surgiu quando o rei Wenceslau IV quis transformar um mosteiro em sede episcopal, impondo sua escolha para o abade. São João, conhecendo o Código Canônico, resistiu a essa decisão, lutando pela eleição canônica de um novo abade. Isso desencadeou sua prisão e, subsequentemente, seu martírio. Na noite de 20 de março de 1393, foi acorrentado e lançado ao rio Moldava. Sua morte revelou-se como mártir do Sacramento, pois defendeu o segredo da confissão, reforçando sua fidelidade à fé.Outra narrativa sobre sua vida, menos institucional, surgiu após 60 anos. A rainha Joana da Baviera, esposa do rei Wenceslau, revelou que São João era seu confessor e um homem espiritualmente profundo. O rei suspeitava da fidelidade da rainha, e essa desconfiança levou-o a exigir que o sacerdote violasse o segredo da confissão. Novamente, São João se manteve firme em sua fé e foi jogado no rio Moldava, um mártir do sigilo sacramental.São João Nepomuceno é lembrado até hoje, não apenas como um mártir da fé, mas também como um mártir da confissão, representando a força e a fidelidade a princípios sagrados, mesmo em face da adversidade e da brutalidade.