São Canuto IV nasceu em 1043 como o primogênito do rei Estevão II da Dinamarca e foi criado na nobreza, recebendo uma educação sábia.

Desde sua infância, Canuto demonstrou caridade, piedade e uma profunda serenidade encontrada em sua fé e oração. Ele se casou com Elta, uma princesa de Flandres que era cristã, e tiveram um filho chamado Carlos, que também se tornou um santo, seguindo o exemplo de seu pai.

A tragédia se abateu sobre Canuto quando seu irmão Haroldo III o traiu e usurpou o trono após a morte de seu pai. No entanto, em vez de reagir à traição, Canuto permaneceu em silêncio e confiou em Deus. Ele esperou e, eventualmente, quatro anos depois, seu irmão faleceu, permitindo que Canuto se tornasse o rei legítimo, assumindo o trono como Canuto IV.

O reinado de Canuto IV foi marcado por sua governança enérgica, justa e piedosa. Ele demonstrou uma profunda caridade e justiça em seus atos e atitudes, beneficiando os mais necessitados. Canuto favoreceu o cristianismo, construindo conventos, igrejas, hospitais e escolas, fortalecendo a presença da fé cristã em sua terra natal.

No entanto, sua política de beneficiar os menos favorecidos desagradou a nobreza, que o traiu novamente, armando uma situação para que Canuto participasse de uma guerra contra a Inglaterra em 1075. Traído por outro irmão, Canuto refugiou-se na Igreja de Santo Albano, em Odense, onde, lamentavelmente, foi assassinado em 19 de janeiro de 1086, aos 46 anos de idade. Conta-se que ele estava ajoelhado de frente ao altar no momento de sua morte.

A morte de Canuto foi considerada um martírio, e diversos milagres passaram a ser associados a ele. Isso levou à sua veneração pelo povo, e em 1100, o rei Eric III entregou o processo de sua canonização ao Papa Pascoal II. Em 1101, o Papa autorizou seu culto, e São Canuto IV foi aclamado padroeiro da Dinamarca, honrado por sua piedade, caridade e justiça.