Nascida em 6 de outubro de 1888, com o nome de Ana Francisca, Santa Maria Bertilla Boscardin veio de um humilde lar camponês em Brendola, Itália, sendo a primogênita de três filhos.

Desde sua infância, Maria Bertilla manifestou uma profunda devoção à oração e um amor ardente por Nossa Senhora. Suas preces diante de um quadro da Virgem Maria, pendurado na parede da cozinha, eram uma expressão de sua espiritualidade. Sua piedade a permitiu receber a Primeira Comunhão aos nove anos de idade.

Aos dezessete anos, Maria Bertilla seguiu o chamado interior de sua vocação religiosa, ingressando no Convento das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações. Ao adotar o nome de Maria Bertilla, desempenhou tarefas na lavanderia e no cuidado do forno, mas logo se destacou como enfermeira. Ela buscava ser uma serva de todos, comprometendo-se com o cuidado e a compaixão.

Ao receber o diploma de enfermeira, sua dedicação ao tratamento dos doentes se manifestou de forma mais expressiva. Ela escreveu em seu diário: "Quero ser serva de todos, quero trabalhar, sofrer e deixar toda satisfação aos outros". Maria Bertilla foi designada para cuidar das crianças vítimas da guerra no hospital de Treviso, demonstrando sua compaixão e cuidado pelas vítimas do conflito.

A Primeira Guerra Mundial a encontrou dedicada aos soldados feridos, mas o avanço das operações a fez deixar Treviso. Em 1910, um diagnóstico de câncer abalou sua saúde, levando-a a passar por cirurgias e períodos de recuperação. Ela retornou ao hospital de Treviso, onde, em 20 de outubro de 1922, faleceu. Seu testemunho deixou uma marca profunda.

Sua via de santificação foi reconhecida pela Igreja. Em 1952, o Papa Pio XII a beatificou, e, em 1961, o Papa João XXIII a canonizou. No discurso de canonização, o Papa João exaltou sua piedade a Deus, sua integridade de caráter e a pureza de sua alma. Ele destacou seu ardor em ajudar os necessitados, especialmente os enfermos e desfavorecidos.