
São Januário, também conhecido como Gennaro na língua italiana, é associado ao notável "milagre do sangue de São Januário". Durante sua festa em 19 de setembro, sua imagem é exibida diante de uma multidão de fiéis. Nesse evento, ocorre repetidamente o fenômeno da liquefação de sua relíquia de sangue, que passa de um estado sólido para líquido, adquirindo a aparência e a coloração de sangue recém-derramado. O primeiro registro documentado desse evento aconteceu na festa de 1389, e o mais recente ocorreu em 1988.O que intriga é que a ciência até agora não conseguiu explicar como o sangue, originalmente solidificado em um frasco, repentinamente se transforma em líquido, mudando suas características físicas e até duplicando seu peso. Assim, ao longo dos séculos, a liquefação do sangue de São Januário permanece como um enigma que apenas a fé consegue compreender e explicar.Devido a isso, tanto o povo de Nápoles quanto os católicos em geral têm uma profunda devoção por São Januário. A história dessa bela cidade italiana, situada ao pé do vulcão Vesúvio, está entrelaçada com a devoção a ele, visto como protetor contra epidemias e erupções vulcânicas. A própria história do santo se mistura com a história da cidade. De acordo com registros do Vaticano, Januário era napolitano e viveu no final do século III. Foi considerado um homem caridoso, zeloso em sua fé e foi eleito bispo de Benevento, localizada a setenta quilômetros de sua cidade natal. Ele assumiu esse cargo em uma época em que os cristãos eram perseguidos brutalmente, sujeitos a martírios terríveis.No ano 304, o imperador romano Diocleciano iniciou a última e mais violenta perseguição à Igreja. Januário e outros membros do clero foram presos, julgados e condenados à morte em um espetáculo público no Circo. Embora a intenção fosse que fossem devorados por leões diante do público, as feras tornaram-se dóceis e não os atacaram. O imperador ordenou que fossem decapitados ali mesmo, em 19 de setembro de 305.Após a execução, alguns cristãos recolheram o sangue de Januário em duas ampolas, transformando-o em uma preciosa relíquia. Esse sangue se tornou o centro de um dos mais enigmáticos e notáveis milagres da história da Igreja Católica. A veneração de São Januário remonta ao século V, mas sua confirmação canônica foi feita pelo Papa Sixto V em 1586.