Nascido em uma família de nobreza, seu pai, o rei Beltrão, governava a Aquilânia, na atual França. Desde a infância, Humberto demonstrou interesse pela caça, tornando-se habilidoso e corajoso nesse esporte. Conta-se que ele até salvou a vida de seu pai em uma caçada, enfrentando uma fera que atacou o rei.

Enviado para estudar na Bélgica, Humberto foi colocado sob os cuidados do rei Pepino de Lotaríngia, na Alemanha, para ser preparado na carreira militar. Sua notável habilidade o levou a uma carreira de sucesso, culminando em um casamento com a filha do conde Dagoberto de Louvânia. Desse casamento nasceu seu filho, Floriberto.

A transformação de Humberto ocorreu de forma marcante. Um dia, durante uma caçada em uma Sexta-feira da Paixão, ele teve uma experiência que mudaria sua vida. Um veado parou diante dele, trazendo entre seus chifres um crucifixo iluminado. Uma voz o advertiu a voltar para Deus, evitando a eternidade no inferno. Esse evento o levou a procurar o bispo Lamberto de Liège, e sua conversão ao cristianismo foi sincera e profunda.

Após a morte de sua esposa e de seu pai, Humberto abdicou de sua posição na corte e renunciou ao trono em favor de seu irmão. Ele dedicou-se à vida espiritual, deixando sua herança aos pobres e retirando-se para um mosteiro beneditino. Sua jornada espiritual o levou a Roma em peregrinação aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo.

Mais tarde, Humberto foi ordenado sacerdote e enviado para evangelizar as populações em Ardene. Após a morte do bispo Lamberto, o Papa Sérgio I o convocou e o consagrou bispo de Liège. Seu bispado foi caracterizado por transformação e caridade, fundando e reformando igrejas, mosteiros e oferecendo assistência aos necessitados. Sua fama de santidade e os milagres atribuídos a ele contribuíram para a expansão do cristianismo na região.

São Humberto de Liège passou seus anos finais em jejum, oração e penitência, e ele mesmo previu sua morte. Em 727, ele faleceu, deixando um legado de fé, devoção e serviço. Seu culto se espalhou pela Europa, e ele é venerado como padroeiro dos caçadores, além de ser lembrado por sua transformação de príncipe a pastor.