São Drogo, padroeiro dos cafeicultores, dos doentes e das pessoas consideradas feias, nasceu em 1105, em Epinoy, na região da Flandres, no seio de uma família nobre. Sua mãe morreu ao dar à luz, fato que o marcou profundamente. Ao descobrir esse acontecimento, ainda criança, passou a se considerar culpado por sua morte, o que teria sido o início de sua busca por uma vida de penitência e santidade.

Na adolescência, São Drogo renunciou à riqueza e ao conforto de sua origem nobre e escolheu a vida religiosa. Tornou-se peregrino e se dedicou a visitar lugares sagrados. Ao todo, fez mais de 30 peregrinações a pé, vivendo apenas de esmolas e da caridade alheia.

Depois de anos na estrada, fixou-se como eremita em Sebourg, no norte da França, onde viveu em completo isolamento. Ele construiu uma cela anexa à igreja local, onde ficou recluso por 45 anos, mantendo contato apenas com um pequeno número de fiéis.

São Drogo foi acometido por uma doença que deformou seu corpo e rosto. Com vergonha da aparência e para evitar escândalos, ele passou a cobrir-se com o capuz e viveu em solidão, sempre atrás de uma parede com uma pequena abertura para a missa e a comunhão. Esse aspecto de sua vida o fez ser reconhecido popularmente como o padroeiro das pessoas consideradas feias ou deformadas.

Na tradição popular, São Drogo também é considerado o padroeiro dos cafeicultores, baristas e amantes do café. Isso pode estar ligado ao fato de que ele era conhecido por realizar múltiplas tarefas ao mesmo. Embora anacrônico (o café só se popularizou na Europa séculos depois), a devoção popular o abraçou como um símbolo espiritual do conforto e da força.

Diz-se que São Drogo possuía dons místicos, como bilocação e cura por intercessão. Seu modo de vida recluso, pobre e totalmente entregue à oração atraiu a atenção e a admiração das pessoas ao redor.

Após sua morte em 1186, foi enterrado em Sebourg, onde logo se tornou objeto de veneração local. Seu túmulo em Sebourg continua sendo local de peregrinação até hoje.