São Deográcias de Cartago ascendeu ao posto de bispo de Cartago em 456, em um momento tumultuado após anos de vacância na sé, decorrente da expulsão de Quodvultdeus pelo rei Gensericodo Reino Vândalo. Sua nomeação representou uma esperança para a comunidade religiosa local. Com uma generosidade notável, Deográcias dedicou-se incansavelmente ao bem-estar de seu povo e à redenção daqueles que sofriam.

Diante da crise humanitária causada pelo Saque de Roma de 455, Deográcias demonstrou sua compaixão vendendo suas próprias posses, bem como os bens da igreja, incluindo os preciosos vasos do altar, para angariar fundos destinados à libertação dos romanos capturados. Sua ação não se limitou ao resgate, pois também acolheu os libertos, provendo-lhes abrigo, comida e cuidados médicos, manifestando assim sua preocupação genuína com o próximo.

Embora sua liderança tenha sido breve devido à idade avançada que o afligia, Deográcias deixou um legado duradouro. Seu biógrafo, Vitor de Vita, reverenciou sua santidade e destacou seus feitos notáveis, afirmando que a Igreja da África experimentou um período de prosperidade sob sua tutela.