
Assim que os espoletanos retomaram o controle de Roma, elegem Estêvão VII, bispo de Anagni.No papado de Estêvão VII, que foi consagrado bispo pelo Papa Formoso, ocorreu o episódio mais repugnante da história do papado. A pedido de Agiltrudes, mulher do comandante de Spoleto, o Papa Formoso foi julgado por supostos crimes. Para este julgamento, exumaram o cadáver de Formoso, puseram suas vestes pontificais e iniciaram um sínodo com o cadáver putrefato do papa, sendo julgado pelo próprio Estêvão VII. O veredito era de que por ser bispo de outra diocese, Formoso não podia ter sido Papa. Estêvão VII determinou, então, que todas as nomeações feitas por Formoso fossem revogadas, o que beneficiaria ele próprio, pois se sua nomeação como bispo de Agnani fosse revogada, ao seu entender, seu papado seria válido. Estêvão VII pediu, também, para que todos os sacramentos dispensados, incluindo o da ordem, por Formoso fossem revogados, o que não poderia acontecer pois fere o dogma “ex opere operato” que diz que a eficácia do sacramento vem da própria ação independente da situação legal do clérigo. Após este repugnante julgamento, as vestes papais foram removidas do corpo de Formoso. Os três dedos da sua mão direita, que ele usara em vida para abençoar as pessoas, arrancados. Seu cadáver foi lançado ao rio Tibre e depois arrastado pelas ruas. Felizmente um monge o resgatou e o Papa João IX, sucessor de Estêvão, anulou o sínodo e ordenou o retorno do corpo de Formoso que hoje ele encontra devidamente sepultado na Basílica de São Pedro. Após um breve, peculiar e terrível papado, um final desagradável esperava Estêvão VII. Após este infame julgamento, sua popularidade afundou junto com Formoso no rio Tibre. Uma insurreição toma conta de Roma logo após o julgamento. Estêvão VII teve suas vestes e insígnia arrancadas e foi estrangulado até a morte.