
A primeira questão que precisamos resolver é que São Cipriano de Cartago e “São Cipriano, o Mago” não são a mesma pessoa. Cipriano nasceu em Cartago em uma família pagã rica, mas depois de uma juventude dissipada, ele se converteu ao cristianismo aos 35 anos. Após sua conversão, Cipriano foi ordenado sacerdote e se tornou bispo, enfrentando perseguições enquanto mantinha a disciplina em sua comunidade cristã. Durante seu tempo, a África enfrentou uma epidemia que gerou questões teológicas angustiantes. Cipriano se destacou por sua fidelidade à Igreja e por defender o bom comportamento dos fiéis.Ele defendeu a unidade da Igreja, distinguiu entre a Igreja visível e invisível, mas afirmou que a Igreja é uma só, fundamentada em Pedro. Cipriano enfatizou que aqueles que abandonam a cátedra de Pedro ilusoriamente acreditam permanecer na Igreja. A unidade da Igreja é simbolizada pela túnica de Cristo sem costura e encontra sua perfeita realização na Eucaristia. Para Cipriano, a oração é pública e comunitária, rezando não apenas por si mesmo, mas por todo o povo. A oração pessoal e litúrgica estão firmemente unidas, respondendo à mesma Palavra de Deus. Cipriano é conhecido como "o bispo abençoado" e sua tradição teológico-espiritual está enraizada no coração, que é considerado o local mais privilegiado da oração. Cipriano de Cartago foi martirizado durante a perseguição de Dioclesiano, sendo decapitado. Sobre “São Cipriano, o Mago”, o que devemos entender é que ele é uma figura lendária, criada na região da Ásia-menor, para ilustrar a história do bruxo que se converte à Cristo. Ele teria vivido também no século III e quanto aos livros que são atribuídos a ele, estes são escritos nos séculos XVII e XVIII, que obviamente, não tem nada a ver com São Cipriano de Cartago nem mesmo com a figura de “São Cipriano, o Mago”. A confusão entre os dois se dá principalmente no Brasil e Portugal e é devida ao homônimo.