São João do Egito era conhecido por se enclausurar em uma caverna e colocar sua sobrevivência nas mãos de Deus e na bondade dos outros.

João nasceu no Egito no ano 305 e passou seus primeiros anos como carpinteiro. Aos 25 anos, deixou tudo o que conhecia para buscar a Deus no deserto através da oração.

Ele passou uma década com um eremita, seguindo suas orientações e aprendendo a se entregar. Por exemplo, o eremita o fazia regar um galho seco todos os dias por um ano. João aprendeu obediência e humildade, e quando o eremita faleceu, João viajou e visitou outros mosteiros por cinco anos.

Finalmente, João se estabeleceu no topo de uma colina íngreme perto de Lycopolis, Egito, e esculpiu três pequenas celas na rocha. Ele dormia em uma delas, usava outra para trabalho e moradia, e rezava na terceira. Depois, ele selou essas celas com ele dentro e viveu assim até sua morte, já nos seus 90 anos.

Deixou uma pequena janela pela qual podia falar com as pessoas e receber comida e água que pudessem trazer. Ele só comia após o pôr do sol, e sua dieta consistia principalmente de frutas secas e vegetais, nada cozido sobre o fogo.

Ele passava cinco dias por semana em conversa com Deus, sozinho, e dois dias por semana conversava com pessoas em busca de orientação espiritual e conselhos. Multidões se reuniam nesses dois dias para ouvi-lo pregar.

Outros ascetas e eremitas o viam como um exemplo e um pai espiritual, e muitas pessoas o procuravam em busca de sabedoria, inclusive o imperador. João recebeu o dom de ver o futuro e conhecer detalhes das vidas de pessoas que nunca havia conhecido. Ele conseguia discernir o que estava secretamente escondido nos corações das pessoas.

Antevendo sua própria morte, pediu que ninguém o visitasse por três dias e fechou sua janela. Ele morreu em paz, e seu corpo foi encontrado em posição de oração. Ele era conhecido e admirado pelos grandes santos de sua época, incluindo Santo Agostinho e São Jerônimo. A cela em que ele vivia foi descoberta no início dos anos 1900.