Sinforiano era um nobre e filho de um senador cristão chamado Fausto. Ele recebeu uma educação refinada e era profundamente religioso, seguindo a fé cristã com devoção. Naquela época, a cidade de Autun, onde ele vivia, era predominantemente pagã e adorava a deusa Cibele, conhecida como a "Grande Mãe", uma divindade antiga da terra e da fertilidade.

Um dia, enquanto cruzava com uma procissão pagã em homenagem a Cibele, Sinforiano fez zombarias, o que foi considerado uma ofensa pelos pagãos. Eles o levaram ao tribunal da cidade, perante o cônsul Heráclio, representante de Roma. Em duas ocasiões, Sinforiano confessou sua fé cristã. Por ser de uma família nobre, ele foi preso, torturado e ofereceram-lhe a oportunidade de se desculpar. No entanto, recusou qualquer suborno para renunciar à sua fé e manteve-se firme em suas convicções, sendo condenado à morte.

Sua mãe esteve ao seu lado, encorajando-o em sua língua nativa, o gaulesa, a manter seu foco na vida eterna em Deus. Ela testemunhou a execução de seu filho. O martírio de Sinforiano foi registrado por São Gregório de Tours, um bispo e historiador francês, em sua obra "De gloria confessorum", que conta a história do jovem mártir de Autun, na Gália (atual França).

Por volta de 454, o bispo Eufrônio de Autun construiu uma basílica no local do martírio de São Sinforiano. A basílica foi confiada a clérigos regulares associados a um mosteiro da Congregação de Santa Genoveva, que permaneceu até 1656, quando foi suprimida durante a Revolução Francesa. O abade Germano de Paris, que mais tarde se tornou bispo de Paris, dedicou uma capela ao santo no local. Genésio de Clermont também construiu uma igreja dedicada a ele em Clermont.

Entre todos os mártires do século III, São Sinforiano (conhecido em francês como Symphorien) era o mais venerado. Seu túmulo era protegido por uma "cela", como era comum para os santos mais importantes da época. Em Tours, sua festa é celebrada desde o século V. Em Bourges, há uma basílica dedicada a ele desde o século VI. Ele também é celebrado na Bélgica, Luxemburgo e Alemanha, e suas relíquias são preservadas não apenas em Autun, mas também parcialmente em Nuits-Saint-Georges.