Santo Abraão Kidunaia, nascido na Mesopotâmia, próximo a Edessa, veio de uma família nobre e rica. Seus pais planejavam um casamento para ele, mas ele não desejava se casar. No último dia da festa de seu casamento, Abraão escapou e se escondeu em uma caverna no deserto.

Permaneceu naquela caverna por dez anos, dedicando-se à oração e ao louvor a Deus. Após a morte de seus pais, herdou sua fortuna e a distribuiu aos pobres, vivendo com extrema simplicidade.

O Bispo de Edessa pediu para falar com Abraão, convidando-o a deixar sua cela e ir para a cidade de Beth-Kiduna, onde a idolatria ainda prevalecia. Ele aceitou o chamado e construiu uma igreja na cidade, enfrentando a oposição dos idólatras e sendo espancado, apedrejado e expulso diversas vezes. Apesar disso, perseverou, ensinando e pregando a fé católica.

Após três anos de perseverança, o povo de Kiduna, diante de uma situação sem solução, veio pedir conselhos a Abraão, testemunhando sua santidade. Inspirados por sua vida e caridade, muitos se converteram e foram batizados. Abraão continuou instruindo e convertendo as pessoas na cidade.

Após essa missão bem-sucedida, Abraão recebeu a notícia de que seu irmão havia falecido e deixado sua única filha. Ele a trouxe para sua cela no deserto, onde a instruiu. No entanto, ela foi seduzida por um monge renegado e levou uma vida errante.

Quando Abraão descobriu o destino de sua sobrinha, disfarçou-se de soldado e a resgatou. Ela se arrependeu e voltou com ele ao deserto, onde permaneceu até a morte de Abraão, cinco anos após a morte de sua sobrinha.

Santo Abraão viveu uma vida de oração, solidão e dedicação à fé, tendo influência na conversão de muitas pessoas à vida cristã. Ele faleceu aos 70 anos, sendo amplamente venerado após sua morte, com as pessoas buscando fragmentos de suas roupas como relíquias.