Eugenio Pacelli estudou teologia e direito canônico, e se destacou como colaborador do Cardeal Pietro Gasparri na redação do Código de Direito Canônico em 1917. Durante a Primeira Guerra Mundial, atuou como Núncio Apostólico, onde ajudou prisioneiros e a população alemã afetada pela guerra.

Pio XII desempenhou um papel ativo nas questões políticas e ideológicas na Segunda Guerra Mundial. Ele condenou veementemente o nazismo despótico e violento, assim como Pio XI, que criticou duramente o regimeem 1937 com a encíclica "Mit brennender Sorge". Pio XII fez várias intervenções, incluindo uma Mensagem de Natal em 1942, na qual expressou sua perplexidade diante do fato de que em algumas regiões, múltiplas restrições impediam a propagação da mensagem cristã, enquanto permitiam ampla difusão de uma propaganda que a combatia. Ele denunciou a influência nociva dessas restrições, que afastavam a juventude da influência positiva da família e da Igreja, e promoviam ideias e práticas anticristãs.

Ele lamentava o fato de que, ao invés de serem amenizadas ou abolidas durante a guerra, essas restrições às liberdades religiosas frequentemente se intensificavam. Ele denunciava repetidamente a infâmia do conflito em curso e, em um discurso dirigido aos refugiados desabrigados em 1944, destacou as consequências desastrosas da guerra, que não respeita leis nem limites. Em outro discurso intitulado "Já passou", de 1944, Pio XII clamou por "guerra contra a guerra", denunciando as atrocidades que haviam abalado e chocado a consciência cristã e humana.

Pio XII desempenhou um papel importante na proteção dos judeus perseguidos durante o regime nazista. Ele realizou obras de caridade em seu favor e recebeu agradecimentos pessoais de oitenta delegados dos campos de concentração alemães em uma audiência especial no Vaticano, em 1945. Essas ações demonstraram a generosidade do Papa em relação às vítimas do nazifascismo, testemunhando seu apoio aos perseguidos durante aquele terrível período.