Santo Anselmo, um notável pensador e arcebispo, demonstra a força transformadora de um sonho. Desde sua infância, quando sonhou que Deus o convidava a subir os altos Alpes para receber um "pão puríssimo", Anselmo direcionou sua vida para a contemplação divina. Nasceu em 1033 em Aosta, em uma família nobre, porém enfrentou a oposição do pai para entrar na Ordem Beneditina.

Após sofrer decepções e desviar-se do caminho, Anselmo reencontrou sua vocação graças a um encontro providencial com Lanfranco de Pavia, prior da Abadia Beneditina de Bec, na Normandia. Aos 27 anos, ele finalmente ingressou na Ordem monacal e se tornou um educador exemplar. Como prior do mosteiro de Bec, Anselmo adotou métodos de persuasão e liberdade saudável para educar os jovens.

Sua jornada o levou a se tornar arcebispo de Cantuária, onde trabalhou incansavelmente pela liberdade da Igreja e a independência do poder espiritual em relação ao temporal. Defendeu a Igreja contra interferências políticas, o que lhe custou dois exílios. Retornou definitivamente em 1106 para dedicar-se à formação moral dos sacerdotes e à pesquisa teológica. Faleceu em 21 de abril de 1109, sendo sepultado na Catedral de Cantuária.

Anselmo é conhecido como "Doutor Magnífico" por sua contribuição à teologia escolástica. Sua abordagem buscava aprofundar os mistérios divinos através de fé, experiência e conhecimento contemplativo. Suas obras, como o Monologion e o Proslogion, exploraram a existência de Deus e sua grande coleção de epístolas revelou seu pensamento político inspirado pela busca pela verdade e retidão.

O Papa Alexandre III concedeu a Anselmo a "elevação do corpo", equivalente à canonização, em 1163. Mais tarde, em 1720, o Papa Clemente XI o proclamou "Doutor da Igreja". A vida de Santo Anselmo destaca o poder de um sonho inspirador e a perseverança na busca pela verdade e pelo serviço a Deus.