Santa Maria Eufrásia Pelletier
Nome Completo
Rose-Virginie Pelletier
Nascimento
31/07/1796 - Noirmoutier-en-l'Île
Falecimento
13/03/1868 - Angers
Canonização
02/05/1940
Memória Litúrgica
24/05

Rose-Virgínie Pelletier nasceu em 31 de julho de 1796, na ilha de Noirmoutier, França, em um contexto marcado pelas histórias das lutas heroicas do catolicismo na ilha contra as adversidades da Revolução Francesa. Sua educação teve influência das Ursulinas de Chavagne e do Instituto da Associação Cristã de Tours.

Aos 16 anos, ela tomou a decisão de entrar como postulante no mosteiro de Tours da Ordem de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio. Essa ordem, fundada por São João Eudes, tinha como objetivo reabilitar mulheres jovens e em perigo moral, proporcionando reeducação cristã.

Em 9 de setembro de 1817, Rosa-Virgínia fez sua profissão religiosa e adotou o nome de Maria Eufrásia. Surpreendentemente, apenas 20 dias depois, em 29 de setembro de 1817, foi nomeada superiora do convento de Tours.

Maria Eufrásia fundou a Opera delle “Maddalene” em Tours. Essa instituição visava oferecer um ambiente onde as meninas, trazidas de volta ao caminho correto, podiam viver uma vida digna segundo o modelo carmelita, com uma relativa Regra, ficando em uma ala separada do convento.

Em 1829, Maria Eufrásia mudou-se para Angers, onde fundou um "Refúgio", seguindo o padrão das casas de sua ordem. Em 1831, ela se tornou superiora do Refúgio e, com a intenção de trabalhar mais profundamente na redenção de almas, estabeleceu a Casa de Angers como a casa mãe de uma organização paralela à Ordem de Nossa Senhora da Caridade. Fundou assim o Instituto do Bom Pastor, do qual foi superiora geral enquanto viveu.

A criação do Instituto do Bom Pastor não foi sem desafios. Enfrentou resistência das autoridades religiosas e dos próprios conventos que desejavam manter sua autonomia. No entanto, sua determinação foi apoiada pelo Papa Gregório XVI, que aprovou o Instituto em 3 de abril de 1835.

O trabalho de Maria Eufrásia se expandiu globalmente, proporcionando uma imensa contribuição para a reeducação de meninas desfavorecidas, muitas delas sem apoio familiar. O Instituto não só se ocupou da educação moral e cristã, mas também ofereceu educação intelectual e técnica para ajudá-las a integrar-se no mercado de trabalho.

Ao longo de sua vida, Maria Eufrásia fundou mais casas do que todos os fundadores na história da Igreja, totalizando 111 entre 1829 e 1868. Quando faleceu em 24 de abril de 1868, o Instituto contava com 15.000 meninas para serem reeducadas por 2.376 freiras.

Em 1964, o Instituto havia se expandido consideravelmente, contando com 475 casas nos cinco continentes, 10.000 religiosas, 2.800 "Madalenas", 1.800 "Auxiliares" e cerca de 9.000 estudantes.

Pela sua extraordinária obra e dedicação, Maria Eufrásia foi beatificada em 30 de abril de 1933 pelo Papa Pio XI e canonizada por Pio XII em 2 de maio de 1940, sendo reconhecida e honrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, entre os grandes fundadores das Ordens Religiosas.