São Feliciano
Nome Completo
Felicianus
Nascimento
Nomentum
Falecimento
09/06/297 - Roma
Canonização
Sem informação
Memória Litúrgica
09/06

São Primo e Feliciano, veneráveis mártires cujo testemunho de fé transcendeu os séculos, foram unidos não apenas pelo sangue, mas pela convicção inabalável em sua devoção ao cristianismo. Sua saga heroica teve início durante a perseguição cruel de Diocleciano em 297, um período sombrio que testemunhou o martírio destes irmãos corajosos. Segundo o "Martyrologium Hieronymianum", seus corpos descansam no décimo-quarto marco quilométrico da Via Nomentana, um testemunho físico de sua firmeza espiritual.

A tradição preserva a narrativa de que Primo e Feliciano foram os pioneiros a terem seus corpos transladados para um repouso sagrado dentro das muralhas de Roma. No ano de 648, o Papa Teodoro I, reconhecendo a santidade desses mártires, moveu os ossos dos dois irmãos e de seu pai para Santo Stefano Rotondo. Sob um altar erguido em homenagem a eles, os santos repousam até os dias atuais, uma venerável presença espiritual na "Capela dos Santos Primo e Feliciano", adornada por mosaicos do século VII, testemunhas silenciosas de sua devoção inquebrantável. Flanqueando uma cruz gemada em uma dessas representações, os irmãos permanecem eternizados.

Longe de Roma, em Veneza, a Basílica de São Marcos, e em Palermo, na imponente Capela Palatina, encontram-se outras representações desses santos cuja fé iluminou os corações dos fiéis.

A tradição bávara acrescenta uma dimensão fascinante à história dos Santos Primo e Feliciano. Legionários romanos que se transformaram em missionários, eles encontraram, na região de Chiemgau, uma fonte abençoada com propriedades milagrosas. Pregando o Evangelho e curando com base em suas orações e nas virtudes da fonte, os irmãos deixaram um legado espiritual duradouro. A "Fonte de São Primo" em Adelholzen, região conhecida por suas fontes termais, é testemunho desse milagre, onde uma capela datada de 1615 perpetua a memória dos santos missionários.

No século IX, o culto a Santa Fé se entrelaçou com o de Caprásio e Alberta de Agen, ambos associados a Agen. A devoção a São Caprásio, por sua vez, fundiu-se com a dos Santos Primo e Feliciano, carinhosamente chamados de "irmãos de Caprásio" na região.

Os Atos revelam a trajetória dos Santos Feliciano e Primo, patrícios convertidos ao cristianismo, dedicados ao cuidado dos necessitados e dos prisioneiros. Enfrentando prisão, flagelação e a recusa inabalável em sacrificar aos deuses romanos, ambos foram levados perante o juiz Promoto. Sujeitos a torturas e pressões para renegar a fé, permaneceram firmes em sua devoção.